Sinto-me Invisível
Autor: Micael Culpi
Classificação: 12+
Gênero: Drama(?)
O meu celular despertou às seis da manhã como sempre, porem eu não o escutei e só levantei quando o sol estava batendo na minha cara, quase sete horas. Não tive tempo nem de me olhar no espelho, corri para o banho, me vesti e fui tomar café. Como sempre papai e mamãe dormiam, não tinha pra quem me despedir, então parti para o colégio.
Sempre ia caminhando para o colégio, afinal ficava a quinze minutos de meu apartamento. Como sempre ninguém olhava para mim, seguiam suas vidas normalmente. Meus passos apressados pareciam não incomodar nem quem quase batia em mim. Estava a uma rua do colégio, parada na faixa esperando um carro parar, normalmente eles demoravam, mas hoje estava demais. Sei lá, dizem que quando se está atrasado tudo parece demorar mais.
Corri para a entrada do colégio, ninguém me barrou. Achei ótimo. Andei depressa até a sala, o professor já estava dando a aula, entrei cautelosamente para não ser notada, consegui sucesso. Fui para o último acento restante e fiquei lá até o intervalo. Senti-me até um pouco invisível, mas não achei isso ruim.
Durante o intervalo fiquei na biblioteca lendo meus livros e ouvindo música no meu celular, lá ninguém falava com ninguém, então não estranhei a falta de interesse das pessoas. Assim que o sino soou, eu andei até a sala, agüentei mais uma hora de aula até finalmente poder ir embora. Saí pelos fundos do colégio, lá o transito de pessoas era bem baixo e a saída era mais tranqüila.
No caminho para casa algo estranho aconteceu: um garoto estranho começou a andar do meu lado e falou coisas sem sentido, tentei não dar ouvidos a ele, mas uma de suas frases ficou na minha cabeça: “Busco você as dez”. Aquilo me preocupou, a imagem daquele menino branquelo com cabelos mais pretos que carvão falando aquilo para mim me deu arrepios. Para minha sorte ele foi embora.
Continuei o caminho para minha casa, mais depressa depois da aparição do garoto. Ao chegar lá joguei minha mochila em um canto da sala e liguei a TV. Estava sem fome, então nem almocei, assisti TV até tarde da noite. Decidi ir dormir mais ou menos nove e meia. Meus pais ainda estavam no trabalho, normal. Fui tomar meu banho para dormir, escovar os dentes e tudo mais.
Assim que cheguei ao quarto quase caí para trás. Eu me vi deitada na cama ainda com o pijama, o nariz escorria um pouco de sangue e a cama estava toda molhada, sem nenhum sinal de vida. Entrei em desespero “como assim? Eu estou bem aqui”. Foi quando comecei a perceber que ninguém que eu conhecia nem se quer me viu, não estava me sentindo invisível, eu ESTAVA invisível. Mas por quê? O dia foi tão normal, até falei com alguém, o menino estranho. Não podia ter falecido!
Com minha mente em parafuso, derramando-me em lagrimas, senti uma mão quente em meu ombro, me virei rápido. Aquele garoto estranho, com um sorriso triste no rosto e uma expressão confortante. Tomei um susto e gritei, mas ele só estendeu a mão e sorriu de novo. Suas palavras me fizeram chorar ainda mais: “Venha, vou levar você para um lugar melhor”.
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Pois é, eu sei que ele é meio previsível, mas os melhores eu estou guardando para depois! =) Espero que tenham gostado e tudo mais ;*
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