À flor da pele.
Gênero: Drama
Autor: Micael Culpi
Classificação: Livre
Aquele monte de gente empurrando, toda aquela muvuca me deixava ainda mais angustiado. Eu me esgueirava através das pessoas, precisava olhar aquilo. Eu sei que poderia olhar na internet ou em um jornal, mas eu realmente queria ver ao vivo, a cores, estampado na minha frente. Pelo visto eu não era o único, muita gente estava concentrada naquele pequeno local. Se fosse um dia normal não estaria tão movimentado assim, eu tenho certeza.
-AI!
Estavam me empurrando, dando cotoveladas. Aquilo realmente era estranho, estava começando a me arrepender de não ter ficado em casa. Mas já estava ali, fiquei quase uma hora dentro de um ônibus lotado não foi à toa. Eu irei ver com meus próprios olhos. Comecei a agir feito eles, empurrando, dando cotoveladas, abrindo espaço. Não queria ficar para trás. Eu não nasci para ser o último!
Algumas pessoas já começavam a sair, eu comecei a reparar nelas. Muitas saiam de lá chorando, era uma cena tão triste, a tristeza delas envolvia todos e me deixava com mais medo ainda. Algumas outras saiam de lá indignadas, revoltadas com o mundo e xingando alto; isso também me assustava. Alguns poucos se retiravam felizes, alegres; não sei porque mas aquilo me deixou com ódio.
Ainda faltavam muitos metros para eu chegar até lá. Já estava pensando em desistir, dei até alguns passos para trás. A honra falou mais alto de novo. “Não posso simplesmente desistir, eu vou ver! Eu preciso tirar isso a limpo agora mesmo!” pensava comigo mesmo. O barulho das pessoas era irritante, precisava de alguma coisa para me concentrar melhor. Olhei para os fones pendurados sobre meu pescoço, aquilo era uma boa saída. Coloquei-os e aumentei o volume do Ipode ao máximo, o barulho diminuiu e a música começou a dominar minha mente.
Já estava me aproximando. Percebi que atrás de mim havia muito mais gente do que antes, todos pelo mesmo objetivo. Sorte que eu havia chegado mais cedo, se não estaria no mesmo lugar que eles. Distraí-me com a música em meu ouvido que nem notei que uma mão vasculhava um dos meus bolsos, por sorte este estava vazio. Percebi a mão entrando mais e mais no bolso, segurei-a com força.
-LADRÃO!
Gritei, muitos olharam para mim, porem a mão puxou-se com força e se soltou. Eu entrei em fúria, não acreditava que em uma situação daquelas ainda existiam pessoas que se aproveitavam da situação para realizar furtos. Não tinha como não ficar irritado com aquilo. Comentei com alguém do meu lado, e o rapaz também ficou indignado. Distraímos-nos demais discutindo sobre esse assunto que não notamos que estávamos perdendo espaço para chegar naquilo que realmente interessa. Fiquei quieto e voltei a me concentrar naquilo que era realmente importante, não havia perdido nada com a tentativa de furto mesmo.
Não demorou muito mais para que eu chegasse. Estava cara a cara com todas aquelas listas. Procurei logo uma especifica, eu tinha quase certeza de que encontraria o que queria. Meus olhos passaram rápidos, muita gente empurrava, mesmo assim eu continuava lá, firme. Tinha que ver. Depois de alguns segundos meus olhos se encheram de lágrimas. Eu sabia, eu realmente sabia. Ergui os braços e pulei, o mais alto que pude. As pessoas ao meu lado pareciam estar até acostumadas com aquilo. Meu peito encheu-se e soltei tudo com um só grito, um grito forte, de alegria.
-PASSEI, PORRA!FIM
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Sim, foi baseada em uma situação real, mas eu também peguei alguns detalhes de vestibulares japoneses, lá é comum ir ver o seu nome em um grande mural e tchans! Pois é, passar é algo bom, quem não passou se esforce!
Sim, foi baseada em uma situação real, mas eu também peguei alguns detalhes de vestibulares japoneses, lá é comum ir ver o seu nome em um grande mural e tchans! Pois é, passar é algo bom, quem não passou se esforce!
Bye bye ;*
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